sexta-feira, 29 de julho de 2016

Biografia da coordenadora e homenageada da Editora Popular Abadia Catadora

Maria Abadia Teixeira de Jesus nasceu na cidade de Unaí (MG) em 1963, chegou a Brasília por volta dos seus 20 anos de idade com o sonho de dar continuidade aos estudos e se tornar professora, mas encontrou na capital muitas dificuldades e enfrentamentos devido a realidade diferente a qual estava acostumada no interior de Minas. No seu primeiro ano em Brasília, Maria Abadia, iniciou sua carreira costurando para um ateliê no Plano Piloto, trabalhando muitas vezes noite e dia, sendo a sua primeira oportunidade de emprego na capital.
A convite da irmã em 1997 chega à cidade Estrutural, onde passou a morar com sua família. Com a falta de infraestrutura, insegurança e o crescimento de desempregados na época, os moradores que chegavam vindos de Ceilândia a procura de construir seus lotes na Vila Estrutural, passaram a possuir como principal fonte de renda o lixão do Distrito Federal, foi a partir daí que em 1998, juntamente com familiares, que Abadia iniciou suas atividades de reciclagem de lixo.
O trabalho com ferro, madeira, papelão e garrafas petes garantiu a família Teixeira a construção de suas casas e certa melhoria de vida, além da conscientização do meio ambiente através da produção de adubo orgânico, interesse este também despertado pela reciclagem do lixo.  Dessa iniciativa surge então a Associação de Moradores da Cidade Estrutural, onde Abadia conheceu Deuzanir Noleto, bancaria aposentada que dava aulas de alfabetização na cidade, e dessa parceria nasce uma grande mobilização em favor da educação e economia solidária, que traz a Estrutural um Banco Comunitário e a sua primeira Biblioteca Comunitária.
Os livros da biblioteca eram todos encontrados e reaproveitados do lixão, graças ao trabalho da família Teixeira, que os recolhia, limpava e emprestava para as crianças que não possuíam condições para estudar em casa. Mas por causa da precariedade dos livros e a localização da Biblioteca próximo ao lixão, muitos estudantes deixaram de frequenta-la, tornando-se inativa.
Apenas após um ano a Biblioteca Comunitária conquistou seu espaço, com uma proposta de trabalho dada a Abadia no Paranoá, cujo salário investiu na construção da mesma ainda em processo de acabamento, biblioteca essa que foi incluída mais tarde como uma das ações do Movimento de Educação e Cultura da Estrutural (MECE), projeto que hoje também é ocupada pela Casa dos Movimentos, onde atualmente existe a Editora Popular Abadia Catadora, que leva o seu nome como homenageada.


quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Conheça-nos... Somos popular, somos de vocês.

Nosso pequeno grupo de 2012
Olá, somos a Editora popular da cidade Estrutural DF e desejamos aos leitores um bem-vindo! Inicialmente estamos em fase de construção, e claro, ainda temos muito que aprender inclusive com todo o leque de possibilidades nesse mundo sempre conectado, chamada "internet"... Como a maioria das pessoas já devem estar cansadas de saber (e provavelmente eu estou um tanto quanto enganado) nós surgimos (digo nossa querida editora popular) de uma ideia que veio da Argentina. Isso mesmo! A partir da oficina de edição de livros oferecida por integrantes da Editora argentina Eloisa Cartonera, em novembro de 2011, um grupo de moradores e moradoras da cidade Estrutural/DF (eu também sou um deles) resolveu montar sua própria editora. Ok, mas como eu posso resumir a história da Editora Eloisa Cartonera para explicar nossa existência? Simples! Também somos uma cooperativa que produzimos livros artesanais com capas de papelão. Nós adquirimos esse papelão dos catadores que os buscam nas ruas. Nossos livros são de literatura nacional e internacional, a mais bela que tivemos a oportunidade de ler em nossas vidas, tanto como editores, bem como leitores. E, evidentemente, vendemos esse material por um preço bem acessível em eventos culturais (como a Bienal do livro de Brasília), ou seja, graças a Eloisa Cartonera criamos nossa própria editora e quem quiser saber mais sobre os propulsores dessa ideia é só visitar este link aqui http://www.eloisacartonera.com.ar/ Em 2012 tivemos os meses mais agitados da nossa recente carreira de editores, o motivo, como eu havia dito antes, fora a Bienal do Livro de Brasília. Com um catálogo de apenas três títulos lançamos nossa Editora.  De Mãos Abertas e Punho Erguido que foi doado pelo autor, Carlos Rodrigues Brandão, Cinco Dificuldades de Escrever sobre a Verdade, de Bertolt Brecht (traduzido pelo médico/ator Vitor Pordeus) e A menina e o rio (sim, sim esse fui eu quem escreveu). Na época contávamos com dez integrantes, todos voluntários, para realização de um sonho coletivo: A Editora Popular Abadia Catadora, nome em homenagem a uma ex-catadora de lixo da cidade Estrutural.Também responsável pela criação da Biblioteca Comunitária,a partir da coleta seletiva reunindo cerca de dez mil titulos.    
Lançamento de 2014 do cantor e compositor Markão

Desde então, ainda estamos aos poucos conquistando nosso espaço, com muitas ideias e bastante suor! Ufa... Mas chegaremos lá em breve e parte de tudo isso devemos aos nossos leitores. Inclusive escritores! Pois dependemos de vocês para existirmos, seja através de um conto, poema, romance, queremos ser o diferencial de todas as Editoras, principalmente, por sermos popular. Ajudem-nos entrando para o nosso catalogo, que hoje conta com o livro Sem Rosto, Família ou Nome do escritor, compositor e cantor Markão Aborígine, que muito nos ajudou na divulgação do nosso trabalho. Obrigado, cara!  
Por enquanto estamos organizando a casa, estabelecendo nossas prioridades, a criação desse blog é uma delas, mas estamos abertos a sugestões e novos escritores. Entrem em contato com a gente pelo e-mail abadiacatadoraeditora@gmail.com ou pelo número (61) 34654933 marque uma visita, estaremos prontos para recebê-los, e acompanhem nosso blog! Estarei de volta quando menos esperarem.